Inicio este texto com uma citação de Etienne Samain (2005), “As fotografias gostam de caçar na escuridão de nossas memórias. São infinitamente menos capazes de nos mostrar o mundo que de oferecê-lo ao nosso pensamento.” A fotografia é testemunha da história do mundo e exerce um grande poder de sedução na percepção estética, estimula a sensibilidade e exerce uma grande influência no nosso imaginário.
A fotografia é arte visual e é também um produto cultural e histórico, por isso supõe um espectador. Este, ao olhar uma fotografia, mantém uma relação com ela. Assim, fica claro que a atenção visual é um fator determinante na relação entre a fotografia e com quem a observa.
A fotografia é um texto e para ser compreendida tem que ser lida. Para que aconteça a leitura da imagem o aluno precisa conhecer os códigos da linguagem visual para que possa estabelecer uma relação com o mundo e assimilar as informações sobre o mesmo.
Ao utilizar a fotografia na sala de aula, o professor deve estimular seus alunos a ter sensações específicas, e ao observarem as fotografias propostas devem instigar a produzir novas imagens, sendo assim, cada aluno estará disposto a construir a imagem, da mesma maneira que a imagem irá construí-los.
Ao ser utilizada como recurso didático-pedagógico, a fotografia auxilia os alunos na maneira de ver o passado, uma imagem ‘congelada’ de uma situação ou espaço físico inserido na subjetividade de um realismo virtual.
A observação da fotografia faz com que o espectador reconheça alguma coisa na imagem que ele vê. A Fotografia é memória e com ela se confunde. É algo que ele sabe que existe ou existiu na realidade. Isso ativa a memória, causando-lhe um prazer específico. A este processo Aumont (2005) chama de ‘esquema’, ou seja, o processo da rememoração pela imagem.
A imagem existe na medida em que o seu espectador a percebe e a compreende, através de um conjunto de atos perceptivos e psíquicos. O professor poderá discutir esse aspecto com seus alunos em sala de aula. Isso se deve ao fato da percepção visual ser um processo quase experimental, ou seja, supõe expectativas e hipóteses que necessitam ser verificadas ou anuladas.
O professor pode estimular seus alunos a formarem um pensamento visual através da fotografia, ou seja, fazer com que discutam o que compreenderam sobre a fotografia apresentada, pois esta também possui um caráter ilusório, sendo mero reflexo da nossa imaginação, da maneira como queremos representar o mundo, a realidade. O professor poderá também ensinar os seus alunos a serem fotógrafos, a reproduzirem as aparências visíveis da realidade. Assim, os alunos poderão ter a chance de exprimir essa realidade, participando ativamente das imagens-mundo.
Professora Elizete Arantes
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